E esse tempo todo?
E todo esse amor?
E esses seguidos recomeços
daquilo que nem começou?
E esses alimentos,
esses pressentimentos torturados,
nunca confirmados?
E a sensibilidade e o delírio
dessa evasão do sol em mim?
E essa tempestade nos teus olhos negros
aonde me levará?
Como preservar sem medo esta vontade de te amar
como se isso fosse meramente
um ato de decifrar quebra-cabeças,
brinquedos programados,
charadas inconsistentes,
que me conduzem invariavelmente
ao próximo passo por caminhar,
à próxima porta por abrir,
o próximo degrau a subir,
a próxima barreira a transpor.
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