domingo, 30 de maio de 2010

FEITIÇO DA LUA

Sim,
eu sou aquela selvagem que imaginas
e trago da lua o feitiço
para por brilho no teu corpo amado.
Sim,
eu carrego este sentido estranho
nessa trama intrincada dos sentidos
Sim,
quero o prazer do teu contágio,
quero o teu hálito,
quero o teu beijo
quero o teu sêmen,
nossa mistura homogênea realizada.
Sim
tenho te observado a cada dia
e vem do sangue o meu conhecimento,
pois é nele que te carrego como seiva.
Sim,
quero te invadir com imprevistos
até te enlouquecer no meu galope
e tu me mostrarás sempre o teu norte.
Sim,
aprende a voar nas minhas asas
que vou te remontar com meus pedaços,
então te despertar de um longo sono.
Sim,
quero tuas tempestades mudas,
eu as escuto!
Tuas dimensões desordenadas
e esse nó que tens no peito
por mim quero desfeito.
Sim,
eu sou aquela lâmina que te corta,
com um brilho de azul que te fascina.
Eu sou a feiticeira e a menina
que vai arrebatar a tua alma.
Sim,
vem me mostrar o teu agreste,
o cheiro e o sal do teu mar de sonho,
o cheiro e o som da tua mata virgem,
o cheiro e o sol da tua linda ilha.
Sim,
com a mesma fúria das tormentas
te desejo
e trago na boca a ausência do teu beijo,
na mente a presença do teu vulto amado,
que toda noite me uiva dentro,
que todo dia num sorriso te ofereço,
quando me pintas com o verde dos teus olhos.

Liane Flores - poema do Livro PARA UM HOMEM CHAMADO SILÊNCIO ´
também publicado no livro OS BRUXOS- coletânea de poemas dos empregados da Caixa Federal

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