A SANTA E A OUTRA
Duas mulheres me habitam,
uma é santa e tem a outra,
de dia a santa fala,
à noite, cala e escuta.
Disputam o mesmo homem,
numa guerra curiosa,
a santa se cobre, é direita,
a outra se despe fogosa.
A santa, distinta, correta,
é tudo o que ele pediu,
a outra lhe atiça os sentidos,
feito cadela no cio.
De dia a santa acorda,
tão doce, tão cheia de calma,
à noite desperta o demônio
e corrompe a sua alma.
A santa come a sua mesa,
a outra, ele come na cama,
uma lhe faz a cabeça,
a outra mantém sua chama.
A santa é a sua deusa,
a outra, o seu cavalo,
uma lhe ouve os problemas,
a outra lhe assanha o falo.
Duas mulheres me habiam,
partilham do mesmo homem,
uma é santa, e tem a outra,
as duas levam o meu nome.
Liane Flores - do livro Para um homem chamado Silêncio
Duas mulheres me habitam,
uma é santa e tem a outra,
de dia a santa fala,
à noite, cala e escuta.
Disputam o mesmo homem,
numa guerra curiosa,
a santa se cobre, é direita,
a outra se despe fogosa.
A santa, distinta, correta,
é tudo o que ele pediu,
a outra lhe atiça os sentidos,
feito cadela no cio.
De dia a santa acorda,
tão doce, tão cheia de calma,
à noite desperta o demônio
e corrompe a sua alma.
A santa come a sua mesa,
a outra, ele come na cama,
uma lhe faz a cabeça,
a outra mantém sua chama.
A santa é a sua deusa,
a outra, o seu cavalo,
uma lhe ouve os problemas,
a outra lhe assanha o falo.
Duas mulheres me habiam,
partilham do mesmo homem,
uma é santa, e tem a outra,
as duas levam o meu nome.
Liane Flores - do livro Para um homem chamado Silêncio
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