terça-feira, 3 de maio de 2011


 



Quando passas por mim, frio e intocável, meus olhos colam no teu vulto até que se desfaça por trás daquela porta, onde te refugias. Egoísta!
Negas o prazer de embriagar-me, com a beleza que compõe a tua face.
E, se de longe me encantas, de perto, quando te olho, é como se jamais
bastasse olhar-te.
Teu nome eu pronuncio feito prece, como se, ao repeti-lo,me propusesse a enfeitiçar-te. Tu, veneno tão desejado por cada parte do meu ser, és como aço, imune ao germe do desejo que lateja em mim, querendo contaminar-te. Se para resguardar-te é necessário que silencies, cala! Os meus ouvidos se preparam para ouvir-te um dia. Se para proteger-te é necessário
impor uma barreira, ergue-a ao infinito. O meu amor vestindo asas buscará ultrapassá-la. Se para que eu de ti me perca, é necessário que me fujas. Escapa! Ainda assim, por
ser poeta, amar-te será o meu destino e basta!
                             Texto do livro Na Teia da Aranha - Liane Flores  - dir.res.

Nenhum comentário:

Postar um comentário