Em 1980 eu trabalhava na Caixa Econômica Federal de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, e do outro lado da rua era o jornal Correio do Povo, na Caldas Jr. Eu sempre suspirava do lado de cá, um banco, com vontade de ir para o lado de lá, o mundo das letras.
Recebi uma ligação para dar um pulinho no jornal e quando lá cheguei quem me esperava era o jornalista Lourival Viana, meu professor de portuguê e literatura. Ao seu lado, sentado em uma cadeira do salão central do jornal, estava Mário Quintana. Fiquei extasiada!
Meu professor tinha dado a ele o meu original, sem o meu conhecimento. Mário pegou na minha mão e disse, existem poetas e poetisas e tu és uma poeta de verdade. Logo me entregou o manuscrito que minha editora, a Movimento, de Carlos Jorge Appel, ex-secretário de turismo de P.Alegre, mandou publicar como prefácio do meu livro com o aval de Mário naturalmente.
Depois nos encontramos várias vezes, no banco da praça da Alfândega, na frente do Hotel Majestic, onde ele morava, nas Feiras do Livro de Porto Alegre. Ele era um ser de outro mundo. Nosso velhinho amado, encantado.
Em 1986 entreguei o manuscrito original à Casa Mário Quintana, para que fique lá eternamente entre tudo aquilo que Mário escreveu.
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