Deixem entrar esse homem
que me dá taquicardia,
não fiquem na frente dele,
permitam que me sorria.
Deixem passar esse homem
que me trouxe adolescência,
não repreendam com olhares
o meu ar de impaciência.
Deixem falar esse homem
que me chegou de repente,
não ocupem a cadeira
para que nela ele sente.
Deixem que eu beba esse homem
que tem gosto de promessa,
não tentem impedir-me,
preciso sorvê-lo sem pressa.
Deixem que eu tenha esse homem
em pecado absoluto,
não queiram acordar-me agora,
é tarde e já não escuto.
Do livro A outra face - poema integrante do Circo das Ilusões - 1983
segunda-feira, 24 de maio de 2010
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