segunda-feira, 24 de maio de 2010

Misticismo

Ali de pé parado,
como se fosse uma estátua grega,
pareceu-me um deus, um forte,
sua beleza branca como a pedra.
O seu cabelo negro enfeitado
por fios brancos lhe tocando a face,
pareceu-me um deus, um forte,
a quem tanto fascínio não bastasse.

O seu primeiro olhar guardei,
um misto de doçura e ironia,
pareceu-me um deus, um forte,
talhado para o amor, moldado em fantasia.
Ali de pé parado,
como se fosse uma caixa de segredo,
pareceu-me um deus, um forte,
e dele, nesse instante, eu tive medo.

Do Livro O Grande Ausente - 1980 - Ed. Movimento

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